tag:blogger.com,1999:blog-54674969646838685812024-02-18T18:09:17.710-08:00Memoria FúlviaUnknownnoreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-5467496964683868581.post-39604989235188787442014-09-20T15:37:00.000-07:002014-09-20T17:13:15.981-07:00FÚLVIA ROSEMBERG: Memórias a partir do lugar do afeto<div class="MsoNormal">
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Por Jorge Lyra e Benedito Medrado </span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">* Texto produzido para a Revista Estudos Feministas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A vida e a morte são </span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O sorriso lisonjeiro </span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E o amor tem o navio </span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E o navio o marinheiro<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A Vida e a Morte (por Florbela Espanca, aos 8 anos de idade)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Quando recebemos o convite para escrever este texto, fomos
pegos de surpresa e precisamos de algumas horas para confirmar. A surpresa se
deu em dois sentidos: merecimento e capacidade. Primeiro, não estávamos seguros
se merecíamos mesmo tal presente, pois tanto Fúlvia Rosemberg como a Revista
Estudos Feministas são, para nós e para muitos/as, referências de conhecimento
e cultura e, portanto, escrever este texto não era tarefa para qualquer um.
Segundo, tínhamos dúvidas se seríamos capazes de desenvolver tal tarefa. Neste
caso, a dúvida era tanto em função da dor da perda (que se potencializa, à
medida em que as memórias são acionadas ao elaborarmos um texto desta
natureza), como também pelo reconhecimento do nosso limitado conhecimento sobre
a grande obra de Fúlvia. Enfim nossa primeira reação foi: há pessoas muito mais
capazes e legítimas de tal honraria.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Continuamos com essa certeza, mas conversando com uma amiga
muito especial que nos foi apresentada pelo feminismo (Márcia Laranjeira),
decidimos aceitar o convite, pensando que esta não será nem a única, nem a
melhor homenagem a nossa Fúlvia. “Vocês podem escrever um texto a partir do
lugar em que vocês se sentem mais à vontade!”, nos disse Márcia. Assim,
aceitamos este convite e resolvemos escrevê-lo a partir do lugar das boas
recordações e do profundo afeto que nutrimos por Fúlvia (1).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Precisamos começar dizendo que foram inúmeras as
contribuições de Fúlvia para nossas vidas, para o movimento feminista, para o
campo de defesa dos direitos da criança, para as políticas de promoção da
igualdade racial e para o campo da docência e dos estudos e pesquisas em
psicologia social. Fúlvia foi uma das grandes defensoras de uma educação
infantil de qualidade e do direito à creche; desenvolveu e orientou uma série
de pesquisas sobre gênero, raça e idade; se dedicou a pesquisar oportunidades
educacionais brasileiras da ótica de gênero e raça; coordenou a sessão
brasileira do Programa Internacional de Bolsas de Pós-Graduação da Fundação
Ford que assumiu, no Brasil, a configuração de um programa de Ação Afirmativa
(AA) para negros e indígenas, entre outros segmentos sociais. Ela não apenas
fez, como ensinou e apoiou outros fazeres. Por isso, nosso texto jamais
conseguiria resumir, sem o pecado da simplificação, uma obra tão extensa e tão
significativa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Assim, optamos por produzir um texto situado, narrando
episódios, a partir dos quais sinalizaremos algumas de suas contribuições para
nossas vidas e para a vida de muitos/as outros/as. Possivelmente, muitos/as
recordarão de situações semelhantes e outros/as poderão acrescentar informações
mais precisas. Esperamos que nosso exercício, parcial e passional, possa
inspirar, portanto, outras produções, mantendo viva a memória de nossa amiga e
perpetuando sua obra. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Nosso primeiro contato com Fúlvia foi há 20 anos, em 1994,
quando a procuramos para obter informações sobre o processo seletivo para o
Programa de Pós-graduação em Psicologia Social da PUCSP, onde lecionavam ela e
a Profa. Mary Jane Spink, que vieram depois a ser nossas orientadoras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Fúlvia havia sido indicada por duas professoras muito
especiais em nossa graduação: Silke Weber e Aida Novelino. Silke a havia
conhecido na França, no especial ano de 1968, quando ambas estudavam e viviam o
feminismo em suas densas, tensas e profícuas manifestações, fora e dentro da
academia européia. Aida, por sua vez, havia conhecido Fúlvia quando esta já
havia regressado a São Paulo. Ela nos falou com entusiasmo sobre uma das mais
importantes contribuições de Fúlvia para o movimento feminista brasileiro, na
década de 1980: o <a href="http://www.fcc.org.br/conteudosespeciais/mulherio" target="_blank">Mulherio</a>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O Mulherio foi uma das primeiras publicações feministas
brasileiras. Esta publicação bimestral durou de <st1:metricconverter productid="1981 a" w:st="on">1981 a</st1:metricconverter> 1988 e tinha como
foco “a condição feminina no Brasil” e como público: os/as profissionais de
comunicação, os grupos de mulheres e as entidades culturais e acadêmicas (2). Em
seu Número 0 (março-abril de 1981), traziam-se os objetivos da publicação e uma
explicação sobre a escolha do nome:</span></div>
<blockquote class="tr_bq">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0w9V3Tm9GQz9iNTPNxLYAlrYe1YUUOOe8U_k3t8Bj2HIdf9DAyZH8Aaw6qBGeGDonHjp0TD-to5arx-TM2NSH8SZs56cA2qrzaTXZn2cGAeCOYmAsPwzi7fSDJaEq-GQ4huWg4shSMdM/s1600/capa-mulherio-01+(C%C3%B3pia).jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0w9V3Tm9GQz9iNTPNxLYAlrYe1YUUOOe8U_k3t8Bj2HIdf9DAyZH8Aaw6qBGeGDonHjp0TD-to5arx-TM2NSH8SZs56cA2qrzaTXZn2cGAeCOYmAsPwzi7fSDJaEq-GQ4huWg4shSMdM/s1600/capa-mulherio-01+(C%C3%B3pia).jpg" height="320" width="225" /></span></a></div>
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mulherio. Quase
sempre, a palavra empregada com sentido pejorativo, associada a histerismo,
gritaria, chatice, fofocagem ou, então, “gostosura”. Mas qual é a palavra
relacionada à “mulher” que não tem essa conotação? O próprio verbete “mulher” é
apresentado no dicionário de forma especial. Segundo o consagrado Aurélio
Buarque de Holanda, mulher é: “1. Pessoa do sexo feminino, após a puberdade; 2.
esposa”. Em seguida a definição, vêm as posições usualmente feitas com a
palavra: “à toa”, “da comédia”, “da rua”, “da vida”, “da zona”, “da rótula”,
“do fado”, “errada”, “perdida” etc. - todas sinônimo de meretriz. As três
exceções são: “mulher de César” (de reputação inatacável), “mulher do piolho”
(muito teimosa) e a cinematográfica “mulher fatal”. Consulte no mesmo
dicionário as composições feitas com o verbete “homem”: “de ação”, “de bem”,
“de Estado”, “de letras”, “de negócios“ etc.</span></i></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><i>Mulherio, por sua vez,
nada mais é do que “as mulheres” ou “uma grande porção de mulheres”. É o que
somos, é o que este jornal será. Sim, nós vamos nos assumir como o Mulherio e, em conjunto, pretendemos
recuperar a dignidade, a beleza e a força que significam as mulheres reunidas
para expor e debater seus problemas. De uma maneira séria e consequente, mas
não mal-humorada, sizuda ou dogmática.</i><o:p> </o:p></span></blockquote>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Num depoimento publicado pela Fundação Carlos Chagas, Fúlvia expressa sua paixão por aquele projeto
e pelos efeitos que o Mulherio produziu: (3)</span><br />
<blockquote class="tr_bq">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mulherio! O nome veio
da Carmen da Silva, recuperar palavra desairosa sobre nós mulheres. Dar uma
piscadela para a irreverência, enquanto imprensa nanica, mas guardando a
seriedade de um projeto da Fundação Carlos Chagas. Muita ousadia daquele grupo
de pesquisadoras e de jornalistas, produzir um jornal feminista, independente,
com recursos escassos, menos nossa vontade de fazê-lo, pontualmente, mantendo,
se não a irreverência, pelo menos um bom humor. Adélia Borges e Inês Castilho,
corajosas ao embarcarem na experiência, davam o tom. Marlene Rodrigues,
diagramadora, compunha o visual. Miriam Tanus mantinha o cotidiano.</span></i></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><i>As reuniões de pauta
eram fantásticas, com sugestões muito avançadas para a imprensa militante mas
que nem sempre puderam se concretizar.</i> </span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A adesão de ativistas
e acadêmicas foi imediata e calorosa, colaborando com artigos e comentários.
Algumas matérias são inesquecíveis e me voltam à memória, como aquela sobre a
velhice com sua dançarina viúva diante do espelho. Saudades do mulherio!</span></i></blockquote>
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ler este depoimento reacende a saudade de Fúlvia e da forma
sempre “hiperlativa” e sedutora com que ela falava sobre seus projetos, suas
opiniões e seus desejos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas, voltando ao nosso primeiro encontro com Fúlvia, quase
uma década depois do encerramento do Mulherio... é preciso reconhecer que não
foi agradável. Ela nos recebeu com poucas e assertivas palavras, que nos foram
sentidas, naquele momento, como rudes. Nos disse que as informações sobre o
processo seletivo para o curso de mestrado eram públicas e que não poderíamos
participar naquele dia do seu grupo de pesquisa (Núcleo de Estudos sobre
Gênero, Raça e Idade - NEGRI), porque do grupo só participavam estudantes
regularmente matriculados/as no curso. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A forma direta e o discurso orientado pela justiça e pela
equidade foi uma marca desta e de todas as outras inúmeras conversas que
tivemos com Fúlvia. Mas, ainda não a conhecíamos. Não sabíamos que, no caso de
Fúlvia, deveríamos sempre evitar as impressões fáceis. De fato, ela não era uma
“pessoa fácil”. Como dissemos em outro texto, esse talvez fosse seu maior
encanto. Ela não se oferecia gratuitamente. Precisava ser conquistada. Ela
também jamais pedia algo, precisava conquistar, fazia por merecer. Viveu intensamente
como se, de algum modo, pressentisse que seria uma vida curta, mas de intensas
marcas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas, ela também não nos conhecia e não sabia de algo
importante: havíamos viajado de Recife a São Paulo tão somente para dialogar
com docentes dos cursos de Pós-graduação que nos interessava ingressar. Ou
seja, saímos de sua sala mobilizados e com uma primeira impressão nada
agradável. Apesar disso, decidimos participar do processo seletivo e fomos
aprovados. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ingressamos no curso de Mestrado em Psicologia Social da
PUCSP, em 1995, e já na primeira aula, Fúlvia mostrou-se atenta e disponível
para conversar conosco sobre nossos projetos e já nos convidou para participar
do seu Núcleo de Pesquisa. (4)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Algum tempo depois, Fúlvia nos surpreendeu quando, de modo
bem sutil, escalou-se para ir conosco ao “Segundo ato”, barzinho que ficava ao
lado da PUC, onde íamos com outros colegas do curso celebrar a vida e falar das
agruras de viver e de estudar em São Paulo. (5) Naquela ocasião, pudemos
conversar sobre o primeiro encontro e brindamos uma amizade que alimentou
vários outros encontros, sempre marcados pelo bom humor, por vezes ingênuo por
vezes mais ácido, pelo carinho de um bom abraço, pela transparência de posições
e pela escuta e disputa de argumentos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Foi Fúlvia quem nos apresentou as leituras, as pessoas e as
instituições de maior referência no feminismo brasileiro e internacional. Foi
ela quem nos falou, com vigor, que ciência, arte e política são campos com
regras e processos particulares, mas que dialogam e se afetam mutuamente. Foi
ela quem nos apresentou Johannes Vermeer, um pintor holandês que teve uma vida
curta (1632-1675) e uma produção pequena, mas de beleza rara e estilo, cor e
luz inconfundíveis.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Foi ela quem nos apresentou a Fundação Carlos Chagas onde encontramos
os textos que nos ajudaram a definir, na época, nossos objetos de pesquisa.
Também nos apresentou a organização Não-governamental ECOS - Comunicação em
Sexualidade, na época coordenada por uma de suas ex-orientanda (Silvia
Cavasin). Nas ECOS, conhecemos pesquisadores/as que tinham o prazer do encontro
e o desejo de produzir uma ciência comprometida com a transformação social,
entre eles/as alguns/mas que têm por Fúlvia muito carinho e gratidão, tais
como: Margareth Arilha, Leandro Andrade, Elizabete Franco (que foram seus
orientandos) e Sandra Unbehaum.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Foi Fúlvia também quem nos incentivou a fundar o Instituto
PAPAI e o Gema/UFPE e a seguir no desenvolvimento de pesquisa e outras
intervenções políticas sobre homens e masculinidades, a partir da perspectiva
feminista de gênero.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Na verdade, foi ela quem idealizou o Papai, incentivando-nos
a apresentar nosso primeiro projeto ao edital da MacArthur, quando
finalizávamos nossas dissertações (em 1997). Apresentamos um esboço muito
capenga e ela, depois de um café e um cigarro, voltou com “gosto de gás” (como
se diz por aqui) e embarcou conosco na viagem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ela elaborou conosco o projeto e desenhou as principais
linhas de ação, que envolvia ensino, pesquisa e extensão, já no seu primeiro
esboço. Nos indicou pessoas de contato. Nos ajudou a escolher o nome da
instituição e a pensar a idéia do boneco gigante de Olinda como dispositivo
cultural que poderia promover a visibilidade de cenas de cuidado promovidas por
homens. Até a viagem feita de São Paulo a Recife para articular parcerias foi
paga com as milhas dela.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Foi ela quem nos ajudou a definir o “cuidado” como principio
ético norteador das ações com/sobre homens a partir da perspectiva feminista de
gênero, dando visibilidade a ideia de que, em nossa cultura o cuidado é tanto
desvalorizado como radicalmente atribuído às mulheres, menos como direito e
mais como obrigação. Ao passo que os homens são alijados e muitas vezes se
alienam da possibilidade dessa experiência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Para quem teve o prazer de ler as produções de Fúlvia e
conviver com ela há de concordar conosco que Fúlvia era, na mesma medida,
exigente e cuidadosa. Apaixonada e apaixonante. Gostava de quem tinha paixão
pela vida, como ela. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Fúlvia foi 100% educadora. Alguns episódios nos fazem
recordar sua disponibilidade em aprender e ensinar, questionando certezas e
provocando reflexões e deslocamentos, seja em sala de aula, quando nos
provocava e nos exigia a definição de um objeto e uma pergunta de pesquisa
inteligível, seja em momentos mais informais, como o dia em que ela nos relatou
sobre a decisão de manter o sobrenome do seu ex-marido (com quem ela sempre
manteve respeitosa e carinhosa relação, mesmo após a separação). Como ela
costumava dizer “Fúlvia Rosemberg foi criada por mim. Não pelo meu casamento”.
Muito simplista essa ideia de que retirar o sobrenome do marido seria uma forma
de contrapor-se à ordem patriarcal. Há muitas formas mais efetivas de fazê-lo.
E pode ter certeza que Fúlvia o fez.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Lembramos também o dia em que nos revelou que era irmã do
polêmico (termo que diz muito pouco sobre) Luiz Mott, numa mesa de bar, em que
alguém enunciava uma crítica a ele. Poderia ter ficado calada, ouvir tudo e só
depois se manifestar, mas, de modo ético, preferiu adiantar a informação de
modo a não gerar constrangimento e, de algum modo, colocar todos na mesma
condição de pessoas informadas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mais recentemente, quando ela esteve em nossa casa, em
Recife, preparamos um prato especial, daqueles que se pensa com bastante
antecedência e que tarda uns dois dias para preparar. Após algumas taças de
vinho, risadas e atualização de informações, ao sentar à mesa ela nos faz uma
pergunta intrigante: “Vocês são meus amigos?” Mesmo sem entender o motivo da
pergunta, respondemos prontamente que sim. Essa foi a forma delicada (que
poucos são capazes) de nos dizer que entre amigos não deve haver
constrangimentos. Foi a forma carinhosa dela dizer que não gostava de bacalhau.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Memórias e momentos de aprendizagem são tantos e tão
intensos quanto a saudade. Por isso, ao
encerrar este texto, surge uma terceira resistência que não se mostrou tão
evidente quando recebemos o convite para produzi-lo, mas que agora dói quando
materializamos uma certeza: não poderemos mais nos encontrar com ela no final
deste mês (setembro de 2014), como planejado e desejado. Não poderemos mais
convidá-la para fazer o prefácio de um livro sobre memórias que estamos
concluindo. Não poderemos mais abraçá-la, “tirar onda” com ela, discutir com
ela, aprender com ela, senti-la... Nem poderemos mais comer o carneiro com
cuscuz marroquino servido na bela tajine, acompanhado de um delicioso vinho
tinto, que ela nos ofertava em seu apartamento com tanto carinho; não poderemos
mais pedir-lhe cópia do conto erótico que ela escreveu e com o qual ganhou um
concurso, no qual teve que usar, na época, um pseudônimo; não poderemos mais
ofertar-lhe uma simples gérbera. (6) <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Assim, assumindo a incapacidade de escrever aqui as “últimas
palavras”, agradecemos a Carmem Barroso, que com sua manifestação de afeto,
ajudou-nos a encontrar as belas palavras com as quais gostaríamos de finalizar
essa especial homenagem da Revista Estudos Feministas à grande mulher, Fúlvia
Rosemberg, pois como diz a poetisa feminista portuguesa Florbela Espanca (que
inspirou a epígrafe deste texto e que foi retratada num filme que nos acalentou
no dia seguinte à partida de nossa amiga): “Há uma Primavera em cada vida. É
preciso cantá-la assim florida”.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<div class="MsoNormal">
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><b>Irmã ausente na visita à casa paterna</b> (por Carmem Barroso)</span></blockquote>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
<blockquote class="tr_bq">
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Volta à Carlos Chagas após longos anos.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Pedaço de mim, pedaço de vida, grandes momentos revisitados.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Revendo meu nascimento profissional: colegas, amigas – na verdade irmãs.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Também meu desabrochar na cidadania: companheiras.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Várias ausências. Onde esta Fúlvia?</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O choque: não está bem.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O olhar angustiado de quem conta revela o eufemismo:</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não é um mal passageiro.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">No outro lado do celular, a voz tranquila de sempre:</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Estou internada, fazendo testes de câncer.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não queria saber o resultado dos testes do cérebromas eles foram bons.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Se declara um tanto cansada com as drogas tomadas para os testes,</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas é a mulher de sempre</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Firme e forte,tendo clareza sobre o que quer e controle sobre o que faz.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Agora, deixa um buraco no mundo. Imenso.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas também deixa uma rica herança.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Seu exemplo e as inúmeras pessoas</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Cujas vidas ela tocou.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Campeã das creches como justiça social e liberação feminina</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Alma do Mulherio, abrindo novas fronteiras, fazendo ouvir novas vozes</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ousada pesquisadora das injustiças raciais</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Dinâmica impulsionadora de oportunidades para os injustiçados</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Professora e mentora por excelência.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Muitos e muitas não a esquecerão</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Muitas e muitos mudaram suas vidas por sua causa</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Guardarei comigo recordações preciosas.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O primeiro dia em que nos encontramos.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A jovem que voltava de Paris com um vivo interesse nos estereótipos sexuais nos livros infantis.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Nossa afinidade imediata com uma causa comum.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A seriedade ao considerar nosso convite para se juntar à Carlos Chagas.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O trabalho da bibliografia anotada.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O senso de humor ao lidar com os egos</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O rigor na metodologia</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A disciplina na execução.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A ida a Brasília para inaugurar a CPI da Mulher</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O deslumbramento de encontrar Nelson Carneiro nos esperando no aeroporto</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O quarto compartido no Hotel Nacional onde dividimos ansiedades e esperanças</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A enorme responsabilidade enfrentada com competência e segurança.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Nossos caminhos se separaram,mas nos encontramos várias vezes</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Em diversos pedaços do mundo</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Onde compartilhamos interesses comuns</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Paixão pela mudança social</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas também: boa comida,</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Boa literatura, boa vida.</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sofro sua ausência</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas prezo muito</span></i></div>
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A presença da sua memória.</span></i></blockquote>
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><b><br /></b>
<b>PRODUÇÃO</b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Para quem quiser acessar uma lista das produções acadêmicas
de Fúlvia Rosemberg, recomendamos uma visita ao seu <a href="http://lattes.cnpq.br/7273491667713731" target="_blank">currículo Lattes</a>, atualizado pela última vez há um pouco em 14/08/2014. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Neste currículo, ela se apresenta da seguinte forma: “Possui
graduação em Psicologia pela Universidade de São Paulo (1965) e doutorado em
Psychobiologie de l'Enfant - Ecole Pratique des Hautes Etudes /Université de
Paris (1969). Atualmente é pesquisadora consultora da Fundação Carlos Chagas,
professora titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde
coordena o Negri (Núcleo de Estudos de gênero, raça e idade). Tem experiência
na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Social e Estudos Sociais da
Infância, atuando ,principalmente, nos seguintes temas: relações raciais,
relações de gênero, relações de idade, ação afirmativa , educação e educação
infantil”.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">NOTAS<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">1) A chegada de um
carinhoso e-mail enviado por Júlia, filha de Fúlvia, foi também decisivo para </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">aceitarmos essa incumbência e fazê-la de modo tão especial.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">2) O <i>Mulherio</i> tinha
como editoras Fúlvia e Adélia Borges. O conselho editorial (informado na edição
0) era composto por: Carmem Barroso, Carmem da Silva, Cristina Bruschini,
Elizabeth Souza Lobo, Eva Alterman Blay, Fúlvia Rosemberg,. Heleieth Saffioti,
Lélia Gonzales, Maria Carneiro da Cunha, Maria Moraes, Maria Malta Campos,
Maria Rita Kehl, Maria Valéria Junho Penha, Marília de Andrade, Marisa Correa e
Ruth Cardoso. O projeto gráfico era de Derly Barroso e a jornalista responsável
Adélia Borges. O acervo deste periódico está completamente disponível no site
da FCC (<a href="http://www.fcc.org.br/conteudosespeciais/mulherio">www.fcc.org.br/conteudosespeciais/mulherio</a>).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">3) <a href="http://www.fcc.org.br/conteudosespeciais/mulherio/depoimentofluvia.html">http://www.fcc.org.br/conteudosespeciais/mulherio/depoimentofluvia.html</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">4) Jorge foi seu orientando. Benedito seu aluno.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">5) Vera Menegon, Luiz Rala, Érico Renteria (e Esperanza, sua
companheira), Vania Neri, Elaine Laviola, Leandro Feitosa e tantos outros/as
amigos/as compartilharam destes agradáveis encontros e difíceis momentos.<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">6) Compartilhamos com Gabriela Calazans um desses memoráveis
momentos em que esta flor fez um sentido especial para nós.</span></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com